segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pelos anos idos e pelo "fino leitor"!

Festa com meus amigos incrédulos! Abençoados sejam!
 
 Em virtude deste dia, estou postando esse "Poema de Sete Faces". Para entreter o fino leitor, e para minha comemoração pessoal! Adoro estas palavras, como adoro a Deus e como adoro a palavra "Deus". E se ele mesmo estiver me ouvindo digo agora para que não seja tardio: - Senhor! Desculpe-me se não o amei antes!
   E para minha festa está aqui este lindo poema! Lindo? Eu disse lindo? Já estou ficando comovido! Se te agradar, fino leitor, já estou pago pela tarefa e se não te agradar pago-te com um deboche e digo: -Adeus!
        Quem disse que o Paulo Autran não viria a minha festa? Olha ele aí recitando o poema do Drummond!


Poema de Sete Faces
Carlos Drummond de Andrade


Quando nasci um anjo torto
desses que vive na sombra
disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
Que corresm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
Não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de peras:
Pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos
nao perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

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