domingo, 4 de abril de 2010

ENFANT TERRIBLE

   
                                                         

    Raul Seixas já dizia: - “mas é que se agora pra fazer sucesso, pra vender disco de protesto todo mundo tem que reclamar. . .”, mas eu gostaria de renovar os meus protestos de elevada falta de estima e desconsideração aqueles que usam do tão famoso clichê pra avacalhar o “novo” porém “intertextual”.


    Mania que as pessoas tem, principalmente os críticos de arte em achar que tudo deve seguir uma tendência estipulada por eles é claro. Todo artista independente da linguagem é um crítico e um profundo observador da crônica cotidiana. E como não reclamar diante de todos os absurdos políticos, sociais, culturais no nosso tempo? Se o contemporâneo é a consciência do presente nada está tão presente do que os desmandos políticos. Peço para que todo artista do Brasil e especialmente os de Jales sejam verdadeiros “ENFANT TERRIBLE”(criança terrível), quando se trata de expor o seu descontentamento com a falta de respeito dos governantes para com a arte a educação e a cultura.

    A coordenação do Núcleo de Dramaturgia da ELITE – Escola Livre de Teatro está produzindo um livro que busca através de textos, crônicas, poesias e imagens fazer uma crítica não só ao que nos é empurrado goela a baixo pelas mídias mas também é a narrativa de tempos difíceis pelos quais os artistas e produtores culturais não só Jalesenses mas também brasileiros passaram e tem passado.

    Esse trabalho está sujeito a receber críticas do tipo: - “Que clichê!”. E que bom que isso aconteça. Talvez aqueles que assim classificarem nosso trabalho não tenham outra coisa a dizer a não ser isso. Uma vez que o próprio ato de dizer que algo é clichê acaba se tornando clichê.

    Este livro apesar de seu conteúdo áspero não deixa de ter uma produção totalmente artística que expõe de forma cruel os paradigmas da modernidade e promove uma reflexão entre texto e imagem. Evidenciar os problemas e não refletir sobre as variáveis que contribuem para que esses problemas existam faz com que a nossa crítica pessoal torne-se remorso pessoal.

    Em breve o livro estará a disposição, para que todos saibam o que nossas crianças terríveis aprontaram.

 
Raimundo Nonato Teixeira do Nascimento
Cordenador do Nùcleo de Dramaturgia
 ELITE - Escola Livre de Teatro

Um comentário:

  1. A arte sobrevive, mesmo que eu não exista, a arte sobrevive, mesmo depois de uma tempestade, a arte sobrevive, mesmo que haja guerra, a arte sobrevive mesmo que eu não respire, porque outros respiram, porque ainda há público, porque ainda há sentimento, porque ainda há consciência, porque ainda há... a arte sobrevive.

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